O homem deveria ouvir um pouco de boa música, ler uma pequena poesia e contemplar uma bela pintura cada dia de sua vida a fim de que os valores do mundo não apaguem o sentido da beleza implantada por Deus em nossas almas. "Goethe"













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O DESENHO INFANTIL

Quando uma criança desenha, ela expressa seu mundo interior e exterior de uma maneira única, espontânea e sem preconceitos. O que ela desenha tem muito mais a ver como ela o vê ou o que senti em relação aquele objeto ou ser, do que realmente a representação fiel dele. Grandes artistas buscaram neste olhar infantil e inocente o caminho para sua expressão plástica , para seu crescimento pessoal e busca de um retorno a essência humana, a espontaneidade e liberdade de Ser. Os traços soltos e cheio de sentimentos e emoção aliada a inocência sem conceitos pré estabelecidos de beleza, padrões e clichés, são até hoje um desafio e uma busca incessante para muitos artistas . As garatujas que as crianças fazem com a maior liberdade nos seus primeiro anos de vida são ao mesmo tempo a descoberta do traçado e do movimento, como também a grande descoberta do que ela pode fazer... Neste momento a criança não esta interessada no mundo lá fora, ela esta no momento da descoberta de suas possibilidades com ela mesma, depois de saciado e compreendido esse potencial, ela passa a ver e deparar com o mundo lá fora e passa a representa-lo como ela o vê e senti, ao mesmo tempo que esta descobrindo outras partes do seu corpo, os detalhes são mais importantes e são vivenciados, descobertos... Só mais tarde ela passa a desenhar o objeto observado como ele apresenta para ela e não mais como ela o vê, neste momento ela passa a representar não mais subjetivamente , mas concretamente. Percebe o que é dela e o que não é dela, passa a respeitar e ter um certo distanciamento do outro com seu universo. Ela reconhece o mundo em sua volta, vivo, cheio de infinitas histórias tristes e alegres, ameaçadoras e fantásticas. Vai crescendo se questionando, aí ela entra no mundo adulto e seu desenho passa a ser uma mistura de subjetividade e concretividade, isso quando conseguiu ultrapassar as barreiras e as armadilhas de um mundo que não tolera e nega qualquer tipo de manifestação sensível, o importante é o mundo lá fora e não a subjetividade, acumular é objetivo e não se expressar ...

Portanto, o desenho não é mais, na fase adulta, um meio de expressão comum e normal ou uma extensão do nosso ser.

Kira

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